Transtorno do Processamento Sensorial: entenda o que é TPS

A filha da influenciadora Maíra Cardi com o ator Arthur Aguiar foi diagnosticada com TPS. A condição pode afetar pessoas de qualquer idade.
Criança durante tratamento do Transtorno do Processamento Sensorial
O TPS pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comumente identificado em crianças. Foto: Canva

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) ganhou destaque recentemente, após a influenciadora Maíra Cardi revelar, em uma rede social, que sua filha com o ator Arthur Aguiar foi diagnosticada com TPS.

O Transtorno do Processamento Sensorial é uma condição neurológica que afeta a maneira como o cérebro recebe, organiza e responde às informações sensoriais provenientes do ambiente e do próprio corpo.

Neste texto, você vai saber o que é o Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), diagnóstico da filha da influenciadora Maíra Cardi com o ator Arthur Aguiar, e quais os sintomas dessa condição. Então, continue a leitura!

O que é TPS?

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) é uma condição em que o cérebro tem dificuldade em interpretar e organizar os estímulos sensoriais recebidos do ambiente e do corpo. Isso pode afetar os sentidos, como visão, audição, tato, paladar, olfato, equilíbrio e percepção corporal.

A hipersensibilidade sensorial é uma das manifestações mais comuns do Transtorno de Processamento Sensorial, que se caracteriza por uma resposta inadequada aos estímulos sensoriais do ambiente.

“A hipersensibilidade acontece quando o cérebro tem uma resposta exagerada a alguns estímulos sensoriais que, para muitas pessoas, seriam considerados normais ou neutros, como o próprio toque, certos sons — como o de um secador de cabelo, barulho de torneira, crianças brincando no parque — ou a sensibilidade à luz”, explicou o Dr. Roberto Silveira, neurologista do Hospital Icaraí.

Quem pode ser diagnosticado com TPS?

O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comumente identificado em crianças, especialmente durante os primeiros anos escolares, quando as demandas sensoriais e comportamentais se tornam mais evidentes.

O médico neurologista, Dr. Roberto Silveira, explica que adolescentes e adultos podem ser diagnosticados com TPS, já que, na infância, os sinais podem ser confundidos com o de outras condições, como o Transtorno do Espectro Autista.

“O ideal é que o indivíduo seja diagnosticado desde cedo, mas, caso não ocorra, o diagnóstico pode ocorrer na fase adulta”

Dr. Roberto Silveira, médico neurologista

Esse diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados e nas informações dadas durante a consulta. Ele deve ser realizado por um médico neurologista, psiquiatra, terapeuta ocupacional ou neuropsicólogo.

“É feita a avaliação do comportamento da criança e do adulto em diferentes situações, além de entrevistas com pais, familiares, cuidadores ou outros responsáveis. Não existe um exame laboratorial específico para confirmar o diagnóstico, e sim essa observação clínica”, explicou o neurologista, que também é especialista em cognição e comportamento pelo Hospital das Clínicas da USP.

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Quem tem TDAH tem TPS?

Nem todas as pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) desenvolvem Transtorno do Processamento Sensorial (TPS), e vice-versa. Porém, eles podem ocorrer juntos em alguns casos.

Indivíduos com TDAH podem ter maior probabilidade de apresentar sintomas de TPS, como dificuldades em lidar com estímulos sensoriais, devido a uma diferença no processamento de informações no cérebro. A presença de um transtorno não implica que o outro esteja presente, mas há uma sobreposição de sintomas em alguns casos, o que pode dificultar o diagnóstico.

Quais os sintomas do Transtorno do Processamento Sensorial?

Os sintomas do Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) incluem respostas comportamentais e motoras inadequadas, afetando o aprendizado, a coordenação, o comportamento geral e a linguagem do paciente. O TPS afeta os sentidos básicos, como audição, olfato, paladar, visão e tato, segundo a Dra. Alessandra Pereira, neurologista pediátrica do Núcleo de Neuropediatria Clínica e Cirúrgica do Hospital Moinhos de Vento.

Os principais sintomas do Transtorno do Processamento Sensorial são:

  • hipersensibilidade: reações exageradas a barulhos, luzes brilhantes, texturas, cheiros ou sabores;
  • hipossensibilidade: busca constante por estímulos sensoriais, como pressionar objetos, cheirar coisas repetidamente ou não perceber dores leves;
  • dificuldades motoras: dificuldade com equilíbrio, coordenação ou habilidades como segurar objetos ou escrever;
  • comportamentos extremos: evita atividades que envolvam movimento ou procura intensamente esses estímulos;
  • problemas emocionais: estresse, ansiedade ou depressão.

O que causa o Transtorno do Processamento Sensorial?

As causas exatas do Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) ainda não são totalmente compreendidas, mas pesquisas indicam que diversos fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.

Segundo a Dra. Alessandra Pereira, neurologista pediátrica, alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento de TPS, como:

  • falta de cuidados ou contato materno adequado;
  • nascimento prematuro;
  • má nutrição durante a gestação;
  • uso de álcool e drogas pela mãe durante a gravidez;
  • contato excessivo com substâncias químicas na infância;
  • pouca exposição a estímulos sensoriais;
  • infecções de ouvido frequentes e repetitivas antes dos 2 anos podem aumentar os riscos.

Como é feito o tratamento do TPS?

O tratamento do Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) geralmente inclui terapia ocupacional ou psicoterapia, visando ajudar a pessoa a se adaptar e responder de forma mais equilibrada aos estímulos do ambiente.

O médico neurologista, Dr. Roberto Silveira, explica que o tratamento inicial do TPS busca adaptar o paciente a estímulos sensoriais, como sons e toques, por meio de abordagens não farmacológicas.

“Quando esse tratamento não farmacológico não é efetivo, ou seja, quando não há uma resposta adequada, alguns tipos de tratamentos farmacológicos podem auxiliar. Em alguns casos, utilizamos antidepressivos, quando há sintomas de ansiedade e depressão, ou benzodiazepínicos, quando a ansiedade é mais severa. Em situações de comorbidade com TDAH, pode-se realizar tratamento com psicofármacos. Em casos mais graves, é possível considerar antipsicóticos atípicos. O mais indicado é iniciar o tratamento de forma não farmacológica e introduzir a medicação apenas se necessário”, finalizou o médico neurologista.

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